25 de novembro de 2008

MENINA DO BALAIO



Ela andava tranquilamente.

Estava ali na minha frente, talvez a uns cem passos de distância. Eu podia sentir o cheiro de seus cabelos.
Seu vestido era branco do mais puro algodão. Tinha cabelos castanhos e ondulados, pele branca e delicada, nenhum traço em especial. Era uma garota comum, simples, mas para mim ela exalava algo que só meu coração soube sentir.
Ela andava e sorria, sorria e andava.
Eu a amava e a via, a via e a amava.
Ela carregava um balaio no braço esquerdo, e ia colhendo flores no meio do caminho em direção a um grande carvalho.
O vento soprava de leve sobre seu corpo sensível, e ela dançava descalça com ele, emaranhando-se entre folhas e a claridade avermelhada de um final de tarde.
Estava um clima gostoso, o sol tinha sido gentil em ceder apenas o calor necessário. Até hoje acredito que ele a fitava da mesma forma que eu.
Quando ela chegou perto do carvalho, passou levemente seus dedos com carinho ao seu redor e sentou ao lado de suas raízes.
Pensativa, dobrou os joelhos sobre o peito e apoiou o braço direito ali, deixando o balaio de lado.
Apoiou o cotovelo esquerdo no outro joelho, e apoiou o queixo na palma da mão esquerda, olhando o mais longínquo e profundo possível para o horizonte.
Com um olhar distante abaixou o rosto entre as pernas e começou a soluçar em pleno pranto.
De onde eu estava, senti meu pé grudar firmemente no chão e o outro a querer seguir sua direção, em direção ao balaio, das flores, da sombra do carvalho, da menina do balaio.
Ela me viu com o canto dos olhos, enxugou as lágrimas e me deu o sorriso mais lindo que eu já vira em toda a minha vida.
Quando cheguei mais perto, ela me disse:
- As flores são para lembrar que a felicidade é como elas: são belas, são agradáveis. Podem morrer, mas sempre se pode plantar novamente.
Quando olhei longe no horizonte foi para lembrar que tenho um futuro inteiro pela frente.
O carvalho é o meu lugar de descanso, aqui eu posso contar tudo para ele, que ele nunca vai me julgar, não vai dar palpite algum, simplesmente vai estar ao meu lado me dando sombra. Às vezes é só disso que a gente precisa.

Curioso perguntei:
- E a dança?

Sorrindo, a garota respondeu:
- A dança não tem um significado específico, eu poderia ir correndo e chorando até o carvalho, mas preferi ir dançando e colhendo flores – que são como a felicidade –, a dança foi só para dar ênfase ao fato de que mesmo com os problemas, ainda posso fazer da vida uma eterna e graciosa arte.



- Vinicius Neves

24 de novembro de 2008

INFANTILIDADE



Existem certas coisas que são mesmo pra ficar.
Se me perguntassem à pouco tempo atrás se o passado iria conseguir me afetar de alguma forma, eu daria risada e diria que isso nunca iria acontecer, que eu vivo sempre o meu presente.
Mas felizmente as coisas não são sempre como queremos.
A vida, Deus, o acaso, tudo isso tem planos que geralmente são diferentes dos nossos, podem tirar alguém de nossas vidas, mas pode colocá-la denovo simplesmente pra ouvir você falar sobre sua vida, pra saber como você está.
Quando se pensa que está ficando cada vez mais sozinho, algo maior do que nós nos envia alguém que é/foi importante pra nos escutar e tentar entender toda nossa complexidade.
Quando se perde a esperança em certas coisas, essa pessoa aparece mostrando que nem tudo está perdido, que na verdade, faz você sentir que com ela ali com você, realmente nada irá se perder. Nem com o tempo. Nem com as diversidades. Nem com os desabafos - que muitas vezes a gente aconselha, mas gostaria de fazer diferente, gostaria que a realidade fosse diferente (a nosso favor, claro).
Depois que fiquei um pouco mais velho, não gosto de falar de lembranças, de sentimentalismo, acho tudo isso algo muito barato, algo muito adolescente, sonhador demais. Mas como eu poderia deixar de falar de algumas coisas sem citar os bons momentos que ficaram marcados? Como eu poderia negar o acelerar do coração quando sente que a conversa parece estar pendendo para um lado mais sério - que fale de nós dois, que fale de tudo que já passamos, o que já vivemos, o que já sentimos e da falta que um fez ou faz ao outro?
Me desculpem, mas eu terei de ser infantil, pelo menos hoje, para tentar expressar esse tipo de comoção. Mesmo que algumas coisas nos façam um bem incalculável, acabamos não tendo auto-estima o suficiente para achar que devemos criar esperanças, e que poderíamos ser algum escolhido em especial entre uma lista de pessoas mais próximas, talvez mais interessantes, ou qualquer coisa que nos faça ficar pra trás, qualquer coisa que nos faça chegar atrasado.
Dizem muito por aí que os verdadeiros homens sabem se expor, sabem dizer o que estão sentindo, e no entanto, passamos por situações que têm nos deixado confusos, como um adolescente-inicio-de-carreira.
Mas, ao mesmo tempo que temos a oportunidade de sermos pessimistas, deveríamos ser otimistas também, (eu sei, essa dualidade confunde às vezes). Não acredito que tudo isso venha só de nós, quando pensamos nesses lances do passado, conseguimos ver muito longe, muito longe mesmo, e quando isso volta a nos atingir, sabemos quando é algo a mais, quando o cenário muda, não só pelas conversas, pelas risadas e pelas lembranças que vem à tona quando falamos de "nós" - que quase sempre é inevitável tocar neste assunto.
Enfim, quando isso acontece, joguemos os dados para ver no que vai dar.
Só em alguns detalhes não devemos ser infantis: Não ter medo ou nem receio de nada, o que tiver que ser será, e independente do que aconteça devemos abraçar isso e carregar conosco. Acredito que as coisas que realmente pertencem à nossas vidas, vão permanecer em nossas vidas de qualquer jeito, o importante é arriscar, que se dane se uma tentativa possa ser frustrada, pode muito bem acontecer o contrário, encontrar algo que te faça muito bem, e quem sabe, pra sempre.



- Vinicius Neves

20 de novembro de 2008

AS CRÔNICAS DO GATO E O COELHO VI - METAMORFOSE



Uma trilha pequena, escura e densa era o que seguiam os olhos do Gato que ia à frente da Gata, corendo juntos. As árvores passavam em uma velocidade alucinante enquanto os galhos costavam as laterais de seus corpos.
- Arf, arf, arf, arf, arf, não desista, estamos quase lá! - Arfava o Gato.
- Não aguento mais! Minhas pernas estão muito fracas!
- Rápido! Estou começando a ver os muros!
Os dois chegavam perto de uma grande construção feita de sólidos blocos de rochas, com uma entrada bem em sua frente.
Ouve-se um barulho ôco, o Gato olha para sua companheira e a vê caída, totalmente cansada, quase desmaiada. Com um olhar espantado, ele dá meia volta rapidamente e pula por cima dela. Olha assustado para trás e com razoável força morde o lombar de sua amada, forçando depois seu corpo com a cabeça, para que ela continue e entre pela porta.
A gata sai em disparada e se joga pra dentro do muro, que era muito maior por dentro do que por fora, caíndo exausta do outro lado.
O gato olha mais uma vez assustado para trás e uma nuvem negra o acerta em cheio, fazendo com que seu pequeno corpo voe para dentro do muro e bata em algo que o fez cair ferido ao seus pés, ao mesmo tempo em que uma grande e forte porta de madeira se fecha, tapando a entrada do muro.
A Gata abre os olhos e procurando pelo seu amado ao seu redor, o vê há uns vinte passos de distância, ferido e desmaiado.
- Levante-se! Levante-se! Acorde pelo amor de Deus!
O Gato com um olhar distante olha para a Gata:
- Vo...você está bem!?
A Gata com lágrimas nos olhos responde:
- Não se preocupe meu amor, vamos conseguir sair dessa, estamos à salvo aqui dentro.
Os dois se encostaram e dormiram até o outro dia.
Quando acordaram, o casal de gatos não sabia onde estava; era como uma mansão feita de blocos de pedras que tinha no mínimo o quadruplo do tamanho do Gato. Os dois entraram pela pequena porta que dava acesso à vários corredores. Era tudo muito iluminado, como se houvesse luzes brancas que clareavam tudo ao redor de paredes muito ornamentadas, com vigas gregas que sustentavam o teto, muito acima de suas cabeças. Seguindo um dos corredores, chegaram à uma sala redonda, muito ampla, onde havia sete circulos no centro, um rodeando o anterior, e acima de suas cabeças, no telhado, havia uma porta circular de madeira que estava fechada. Nas paredes haviam seis portas.
Ouviram a porta bater.
Os dois olharam um para o outro sem entender o que estava acontecendo ali.
Uma voz suave, porém muito alta e penetrante quebrou o silêncio.
- Posso entrar?
Os dois permaneceram parados, com medo.
- Não farei mal algum à vocês.
- Como saberemos disso? - Falou o Gato apreensivo.
- Não saberão... Mas caso não tenham percebido, vocês não estão em vantagem com toda aquela quantidade de lobos lá fora. Se quizerem eu posso ajudar.
- Como não saberemos que você não é um deles!? - Disse a Gata apavorada.
- Por acaso tenho voz de lobo?
Os dois se manteram juntos, e o Gato respondeu:
- Pode entrar.
A porta escancarou-se fortemente.
Nada apareceu ou desceu durante sete segundos.
Sete finas espirais de fogo começaram a descer lentamente até tocar os sete circulos, e descendo por entre elas, vinha um pássaro muito grande, de cor misturada com dourado e vermelho. Era um ser que trazia consigo chamas intensas e um calor agradável que automaticamente revigorou os pequenos gatos. O pássaro pousou graciosamente de frente aos dois que o olhavam espantados. Ele balançou o corpo para se livrar das chamas que o seguiam.
A porta fechou-se fortemente.
- Então... Vocês são o famoso casal de gatos que lutaram contra dez daqueles lobos infernais.
O gato agora percebera que não era um pássaro comum, era uma fênix.
- Sim, somos nós.
- Que bom que soube utilizar bem o fogo que enviei para cuidar de vocês.


- Fogo?
- Sim. Sabe, não é qualquer tipo de fogo que afugenta dez lobos ferozes como se eles não fossem nada.
- E porque você nos ajudou? - Pergunta a Gata.
- Tudo ao seu tempo pequeninos, tudo ao seu tempo.
- Você precisa nos ajudar, estamos encurralados aqui!
- Calma meu pequeno amigo, primeiro, antes de mais nada preciso lhe mostrar três coisas.
A Fênix bicou o circulo do centro, este se soltou e desceu junto com os outros, fazendo uma espécie de escada.
- Desça.
- Porque?
- Não quer evoluir? Tenho algo para você lá embaixo, algo que precisa encarar para evoluir, algo que precisa encarar para poder sair daqui.
O gato desce as escadas. A cada degrau o porão que descera ficava mais e mais escuro.
Ouviu um barulho estranho ao fundo, viu dois olhos brancos se abrirem e o barulho mostrou-se ser uma respiração muito ofegante. Em seguida, os olhos avançaram rapidamente sobre ele, derrubando-o no chão. A luz do andar de cima mostrou o rosto a qual pertencia os olhos, era uma pantera negra que começou a gritar:



- Eu posso ajudar você! Juntos acabaremos com todos os lobos que estiverem lá fora! Ha ha ha! Você não precisa de mais nada além de mim! Nem de coelho, nem de canária, nem de gata, muito menos de fênix!!! Eu sei tudo sobre você, sou o fruto do seu ódio, do seu rancor, das suas mágoas! Sou a sujeira negra que fica no fundo do seu lago! Você já me sentiu antes e gostou! Seremos mais poderosos ainda juntos!
- Não! Me solte! Não quero sua ajuda!
- Destruirei seus inimigos com as forças de minhas presas, engolirei todos eles.
- Saia de perto de mim! Fênix! Socorro! Não consigo me soltar!
Uma chama envolveu a Pantera, que começou a recuar e grintando carborizou-se, transformando-se apenas em ossos queimados.
O gato subiu rapidamente e irritado exclamou:
- Você é louco!?
- Alguns dizem que sim.
- Você quase me matou lá embaixo, qual é o propósito disso!? Que monstro era aquele!?
- Aquilo... Era você...
O Gato e a Gata pararam subitamente de respirar assustados.
- Como assim, era ele!? - Pergunta a Gata.
- Era o Gato, apenas evoluído da maneira errada, era o que ele estava cultivando dentro de si mesmo sem perceber, foi o que fez com que tratasse seus amigos com desprezo e viesse a fazer sua jornada sozinho. Naquele momento era a Pantera tomando conta das atitudes dele, se ele não percebesse, aos poucos ele iria se tornando naquele monstro. A partir do momento que você o rejeitou, rejeitou a si mesmo, o seu "eu" escondido. Ele começou a perder controle sobre você à partir do momento que você conheceu o verdadeiro amor, estava só aguardando um momento de se soltar em algum último ato desesperado, mas eu te libertei dele.
- Essa então foi a primeira coisa que você tinha para me mostrar?
- Exatamente.
- E o que vem agora?
Uma das seis portas ao redor deles se abre, lá de dentro ouve-se passos.
Eram dois personagens nunca antes vistos, uma águia pousada sobre uma capivara.
A águia olha atentamente para os dois, virando a cabeça, depois olha atentamente para a Gata, como se a estivesse medindo.
- Ela é muito bonita amigo, fico feliz que a tenha encontrado finalmente. - Disse a águia como se estivesse falando com um antigo amigo, se dirigindo ao Gato.
- Amigo? Nunca te vi em minha vida.
- He he he, até hoje a vejo do meu lado e me assusto, esqueço quem ela realmente é, acostumado com os velhos tempos. - Disse a Capivara.
- Velhos tempos?
Levantando o sorriso o maximo que pôde, a Capivara responde:
- Não lembra de nós velho amigo? Já faz algum tempo que não pelejamos juntos, mas não acho que seja possível que tenha se esquecido de nós.
- Coelho? Canária?
A Águia olha para o Gato pensativa e diz:
- Não, agora somos Capivara e Águia. Eu sei, eu sei, estamos um "pouco" diferentes.
- O que aconteceu com vocês!?
A Fênix abaixando leventemente sua cabeça em direção ao Coelho responde:
- Eles evoluíram, aprenderam com a vida e com a sua perda, me deixaram ajudá-los a chegar neste ponto, hoje são novas criaturas.
- Agora posso voar muito mais alto, mais alto do que as próprias nuvens, vejo as coisas muito mais longe do que antes. - Disse a Águia.
- Eu sei, o nome não é muito atrativo - comentou a Capivara - Mas sou o maior roedor que existe, meus dentes são fortes e muito afiados, sou mais forte e ágil do que pareço, principalmente dentro d'agua.
O Gato e a Gata ainda um pouco perdidos com tanta informação olham para a Fênix, como se isso os ajudasse a entender a situação.
- Agora é a vez de vocês.
Os olhos da Fênix brilharam como um par de chamas. As mesmas sete labaredas saíram do corpo da Fênix e começaram a envolver suavemente o casal de gatos.
Por alguns minutos mudos, não se pôde ver nada além das chamas em círculos ao redor deles. Quando as chamas finalmente voltaram para a Fênix, dois novos seres haviam nascido.
Era um Leopardo das neves e uma Onça pintada.
- Agora entendo melhor todo o propósito. - Disse o Leopardo erguendo-se das chamas restantes.
- Ótimo - Exclamou a Fênix - À partir de agora vocês estão prontos para que eu mostre à vocês a terceira, última e mais importante coisa. O fim de tudo o que conhecemos se aproxima.

(continua)


- Vinicius Neves

12 de novembro de 2008

FÊNIX NEGRA



Estou aqui.
Ontem eu era cinzas, hoje renasço.
Morrer amanhã tanto faz, desde que eu continue com o que faço.
Renascido das chamas da dor
Ferido pelas águas do amor
Encontre-me e mate-me!
Isso! Outra vez!
Faças com que minha alma sinta vossa invalidez!
Apunhale-me se puderes
Posso cuspir sangue se quiseres
Mas não vire as costas para mim
Ah, isso tu não vais querer fazer
Pois eu ressurjo das cinzas, mato a ti, e como vosso coração até o amanhecer
Arranco teus olhos ainda presos em nervos ópticos
Para veres um demônio deglutir ferozmente vossas víceras
Caso encontres alguma fresta em tua alma
A encherei dos sentimentos mais impuros, pesados, tristes e sombrios.
Pisarei sob tua cabeça para ver a ti se afogando em vossa própria imundice, da qual detalhadamente, delicadamente e cuidadosamente multipliquei, apreciando cada fração de segundo com um imenso prazer compulsivo de te ver sofrer.
Espreito vossa alma pacientemente.
Pois quando menos esperar, invadirei tua mente.
Infectarei cada célula de teu corpo com a pior das depressões, com a pior das angústias, com o pior do pior, com o que há de pior em mim, e podes acreditar, há muito disso.
Não há nada mais que tu possas fazer.
Não há nada neste mundo que possa me deter.
Não me importo o quanto tu irás sofrer.
Teu pior sofrimento será o meu maior prazer.





- Vinicius Neves

9 de novembro de 2008

PEDRA QUE ROLA



"A minha vida é o Rock n' Roll", e mesmo estando sobre "November Rain", "Nothing Else Metters". Yeah baby, estou "Back in Black", e mesmo que eu seja um "Renegade" e esteja viajando em uma "Crystal Ship", sei que sempre serei o "Unforgiven". Apesar de tudo "Eu que não amo você" sei muito bem que estou me tornando uma "Metamorfose Ambulante" e que você "Can't Buy my Love". Deixei de lado "Meu Medo da Chuva" e sei que "Here Comes the Sun". Tenho consciencia que em "My Generation" somos muitos mais que um "Hero", basta termos apenas "Patience". Mas se você quer mesmo me domar e ser "My Girl", então não pise em meus "Blue Sued Shoes" e "Ligth my Fire". Tudo que digo é muito mais do que uma "Canção Galopada", por isso tenho que "Break on Through" para o outro lado, mesmo que eu acabe em um "Pet Sematary". Por mais que possa parecer "Don't Want Miss a Thing", e ainda sonho com minha vida de "Rockstar". Então, "Welcome to the Jungle" e "Come as You Are", sou pior que um "Hound Doug", vago sempre pela minha "Stray Cat Strut" e tenho mais gosto do que "Tutti Fruti". Exploda como "Great Balls of Fire" e viva a "Sociedade Alternativa"; pense o que quiser, mas "In the End" podemos estar simplesmente "Knock'n on Heaven's Door" ou ouvindo "Hells Bells".

- Vinicius Neves