22 de abril de 2009

ATÉ QUANDO?


Até quando...?
Murros na parede não vão aliviar o peso da minha alma.
Gritar a ponto das cordas vocais doerem não vai falar tudo o que eu sinto.
Chorar não vai lavar o sentimento que tenho.
Dormir não vai me fazer sonhar denovo.
A cidade se apaga, e eu só consigo pensar no que minhas atitudes falam. No que me tornei? Sou algum erro de meus pensamentos? Sou um distúrbio de minhas vontades?
Tento me destruir todos os dias para que eu nasça melhor e tente ser uma forma mais cômoda de perfeição. Mas a perfeição não é cômoda. No que eu me tornei então?
Sou uma forma imperfeita de dilema, onde as respostas da razão e do coração se misturam, formando um combinado de incertezas.
Quando as realidades são opostas, como tentar fazer para seguir o mesmo rumo? Andar em circulos não leva a lugar algum.
A noite não me responde, ela só me diz "pense".
Até quando terei de pensar e me acomodar com as situações?
Depender de outras pessoas não vale a pena se elas não dependem de você também.
A partir de agora vou renascer com esse pensamento, afinal de contas, a auto-destruição não faz sentido se nada renasce com você e por você.

- Vinicius Neves

5 de abril de 2009

INVERNO NO INFERNO


Há momentos que por mais forte que sejamos, a gente cai.
A luta continua, a vida parece uma eterna luta. Lutamos contra os outros, contra dogmas, contra pensamentos, contra nós mesmos, contra as circunstancias, contra quem odiamos, e mais ainda contra quem amamos.
Por mais forte que sejamos, uma hora não dá pra revidar os ataques, ainda mais os que vem simultaneamente, de todos os lados; nos sentimos fracos, dependentes, miseráveis...
É difícil levantar e crer que se tem forças pra continuar, mas por algum motivo, encontramos forças em diferentes lugares para prosseguirmos, muitas vezes em nós mesmos, quando achávamos que não haveria mais nem um pingo de coragem ou de persistência, encontramos sempre um jeito de aliviar a nossa sede. Levantar, dar a cara a tapa, e mostrar que somos mais fortes do que aparentamos.
Mas no momento eu não me sinto com fé.
Isso é difícil de dizer, porque sempre foi um dos meus atributos mais fortes.
Me encontro perdido, sem forças pra continuar.
Tento pensar em coisas para me erguer, fico rapidamente otimista, e consigo enganar que não estou me matando por dentro.
Por dentro eu mato tudo e a todos, me encosto em alguém que não esta aqui e choro, choro, choro, fico o dia todo chorando por dentro, pedindo auxilio dos céus com o pouco de fé que me resta. Mas no fundo eu sinto que não vou ter resposta. E que mais uma vez eu vou ter que provar meu valor e lutar sozinho. Como sempre.
Tento gastar meu tempo com leituras e pensamentos agradáveis, mas eles são logo sugestionáveis a um ódio, uma ira, uma vontade quase que incontrolável de esmurrar alguém com todas as forças, destruir algo belo, socar o filho da puta que não vai com a minha cara, descer o braço no cara que não apertou o andar que eu pedi educadamente para apertar, estourar a cara do verme que passou de carro e deu emcima das minhas amigas quando estavam do meu lado, de destruir toda a arcada dentária, afundar os olhos, quebrar o nariz e deslocar a mandíbula de quem da emcima da minha garota.
Queimar a casa de gente corrupta, quebrar o carro dos funkeiros do bairro que não tem noção de volume e de respeito.
Fazer um inferno neste outono de frio.
Um inferno no inverno.
Transformar o inferno gelado com a minha fúria.
Um inverno no inferno.

- Vinicius Neves