7 de dezembro de 2015
PÁSSARO ABSTRATO
Não há muito o que dizer sobre a dor que atravessa a memória
A falta que vem e que virá me atropelará como um trem de carga repleto de livros de histórias
É fácil encontrarmos abraços enquanto flutuamos em dias quentes de verão
Mas ninguém quer estar perto quando atingimos o chão
O ego e a culpa se mostram como duas faces da mesma máscara
Escondem o rosto desfigurado de quem a usa
Entre tantas demonstrações de verdade fabricadas para enxergar
É quando minha educação cala o que tenho para falar
Me falta o tempo, a felicidade, quem sabe a liberdade que ela desejava
Como um nítido pássaro pintado em uma obra que era para ser abstrata
Faço aqui de minhas palavras imortais
Para que em minha memória e em quem ler isso você não vá embora nunca mais.
- Vinicius Neves
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