18 de setembro de 2017

O repúdio da mídia brasileira para com o filme: Policia Federal - A lei é para todos


NÃO É DE SE ESTRANHAR que um filme como "Polícia Federal - A lei é para todos" está com tão pouco espaço nas mídias brasileiras.
Não vejo "chamadas" nos sites, não vejo críticas, só encontrei uma ou outra notícia porque tive que pesquisar no Google.

Dentre vários fatores lógicos e já conhecidos, demonstra como a mídia tende sim à política e políticos da esquerda; todo aquele papo furado de "Globo golpista", "mídia parcial (à favor da direita)" e tudo o mais cai completamente por terra.

Imagino que muitos irão lembrar da repercussão que foi o filme contando a "estória" de Lula. Em toda mídia era notícia, a Globo mesmo passa o filme quase que como uma ritual anual. Tal como "paixão de Cristo" no Natal.

Sabem o porque disso tudo? Porque essas mídias e representantes das mesmas nunca lucraram tanto na história de suas empresas como nos 13 anos de governo Lula e Dilma. Todo o conluio para que o poder se mantivesse entre as mesmas pessoas, beneficiando as mesmas administrações, os mesmos nomes da comunicação, os bancos, e tantos outros personagens poderosos que se escondem por trás de famosos logotipo.

O fato do filme ser tão pouco mencionado entre grandes veículos midiáticos só ilustra mais como a operação Lava-Jato e o filme demonstram claramente que poder desses governos foi alcançado e mantido usando todos os recursos possíveis: comprando gente poderosa de todas as esferas.
E não se engane: outros partidos como PMDB, PSDB, DEM, PSoL e tantos outros também fizeram e fazem parte disso até os dias de hoje. Mas o intermédio dos famosos nomes do Partido dos Trabalhadores já não podem mais garantir a eficácia dos grandes esquemões.

Acha mesmo que as grandes mídias ficariam de fora dessa?
 
 
- Vinicius Neves

11 de setembro de 2017

Crítica: Policia Federal - A lei é para todos.


Na última semana foi a estreia do filme "Policia Federal - a lei é para todos". Título clichê. Apresentação mais ou menos. Cartaz sem criatividade. Divulgação praticamente inexistente.

Ao me deparar com o filme em si, vi um enredo comum do dia a dia de uma força policial como se vê em qualquer programéco em algum canal pago. O dia a dia com casos a serem solucionados, os sentimentos, as interações, e a busca por um criminoso: Alberto Youssef - um doleiro já conhecido por seu envolvimento no famoso esquema do Banestado, responsável pela envio ilegal de 19 bilhões de dólares para fora do país.
Esquema esse que tivera entre os indiciados nomes como Gustavo Franco (presidente do Banco Central no governo de Fernando Henrique Cardoso [PSDB]), ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta (PT) (falecido) e mesmo Samuel Klein - até então dono das Casas Bahia (também já falecido).

A empreitada em busca de um esquema de doleiros - estes, que negociam dólares americanos no mercado paralelo, sem as devidas taxações e burocracias do governo, agora sendo cruzado com um esquema de tráfico de drogas. Não se preocupem, isso não é bem um spoiler. Está no trailer.

Resumindo a ópera, quanto mais a força tarefa da Policia Federal foi puxando a linha do dinheiro, mais nomes iam aparecendo. Nomes influentes de empresários como Marcelo Odebrecht. Doleiros. Traficantes. Juízes. E.... políticos. Como não podia deixar de ser.
Todo o esquema de lavagem de dinheiro que envolvia inclusive postos de gasolina não poderia levar outro nome senão "Operação Lava Jato".
Aí é que a coisa fica interessante: com o tempo, paciência e expertise que somente profissionais bem treinados como os da PF poderiam ser, logo chegam a nomes de grande poder em atuação na política. O que nos leva ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).

O filme é, de forma técnica, bem feito. Boa fotografia, bom enquadramento, diálogos bem equilibrados com inicio, meio e fim. A direção não é algo completamente inovador - e isso é ótimo. Porque a importância de um filmes como esse estão nas informações, sem se tornar maçante.

Agora, de forma prática, pessoal, política, esse filme é o mais corajoso que já deu as caras em nosso país. O roteiro conta de forma clara (e obviamente, resumida) como a investigação chegou a nomes como Luís Inácio "Lula" da Silva e Dilma Rousseff.
Mostra como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST) são utilizados como massa de manobra - influenciado por seus líderes, muito bem pagos por Lula.
Mostra como as pessoas comuns que seguem os partidos de esquerda são manipulados, demonstra claramente a manipulação da mídia para deturpar a operação - fazendo parecer uma perseguição política. Está lá. Preto no branco. Explicado e mastigado a quem quiser entender.
Explica até como o Supremo Tribunal Federal (STF) é quem libera vários processos contra pessoas que tem foro privilegiado como senadores e outro políticos envolvidos. E como foi isso que aconteceu no caso no Banestado.

Pude vivenciar os dois lados das manifestações de 2013 para cá e desde então tenho lido muito a respeito de todo e qualquer tipo de notícia que tenha a ver com o que se sucedeu dali em diante. O filme narra a verdade de forma primorosa e como eu disse: extremamente corajosa. Narra eventos, nomes, partidos, organizações. Sem medo de represálias. Sem medo de serem atacados. Sem medo da feroz violência que tem sido arremetida toda a questão política de nosso país - que para ser completamente honesto, não está do nosso lado. Não está do lado das pessoas comuns. Não importa o político, o partido, a sigla, a organização, o sindicato, a alcunha, o dinheiro, a profissão, a popularidade. Crime é crime. E todo crime carece de sua devida punição.


- Vinicius Neves