Os olhares se cruzaram enquanto as pernas se entrelaçavam
Minhas mãos deslizavam por seu corpo como se estivessem moldando uma obra de arte em cerâmica
O contorno de sua cintura, a textura de sua pele, o volume e os bicos dos seus seios - tudo era paisagem por onde meus lábios queriam passear - e passeavam; sem pressa, aproveitando cada estadia em que a língua quisesse repousar ou se agitar.
A excitação e o movimento nos levaram ao deleite do orgasmo. Ficamos abraçados, sentindo o prazer do contato e calor dos corpos unidos.
Então, enquanto a abraçava por trás, ela começou a projetar seu quadril em direção ao meu - fazendo com que eu me encaixasse entre seus glúteos. Pude sentir o desejo enrijecendo meu corpo e penetrá-la novamente.
O tesão e os repetidos orgasmos facilitaram o ato de adentrar suas partes; éramos um, como já fora predestinado.
Suas pernas iam ao ar enquanto a fiz gemer cada vez mais alto. Cada centímetro do nosso contato me fez querer adentrar mais fundo, mais forte e mais rápido em toda aquela perfeição de mulher.
O ápice do momento nos levou outra vez aos gemidos quase intermináveis que certamente deixaria com inveja qualquer vizinho que pudesse ter escutado.
Paramos toda aquela loucura ofegante e nos abraçamos de frente. Muitos minutos se passaram enquanto um observava cada detalhe no rosto do outro.
Os olhos dela tinham um anel escuro ao redor de cada íris - e só foi possível notar agora. Nem ela tinha reparado isso até então.
Os olhos se moviam para cima e para baixo, se dilatavam e contraiam.
Estávamos conversando realmente com os olhos e afirmo que nunca nos entendemos tão bem.
Era como se finalmente - depois de tantas tentativas - tivéssemos conseguido expressar a proporção do que sentíamos - dispensando por completo o uso das palavras.
- Vinicius Neves
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